PREVENINDO A DISBIOSE E PROMOVENDO A SAÚDE INTESTINAL COM O USO DE ACIDIFICANTES VIA ÁGUA DE BEBIDA
15 de fevereiro de 2022
A produção moderna de aves e suínos chegou a um desenvolvimento tecnológico, seja em relação a genética, sanidade, ambiência ou manejo nutricional utilizado, capaz de fazer inveja a muitos outros setores econômicos. Porém, toda essa tecnologia cobra o seu preço e este está relacionado às disbioses intestinais, provocadas essencialmente pelo desbalanço entre a população microbiana saprófita e a patogênica, o que pode acarretar em problemas de ganho de peso, conversão alimentar e refugagem.
A população microbiana presente no trato gastrointestinal de aves e suínos é composta por bactérias, Archaea, fungos, vírus e protozoários, sendo que a maior parte destes microorganismos são saprófitas, ou seja, decompõem a matéria orgânica presente no bolo alimentar, transformando-a em ácidos graxos de cadeia curta, aminoácidos e sintetizando vitaminas1. A disbiose é justamente o desequilíbrio desta população no ambiente intestinal, causado por estresse, mudança repentina da dieta e do manejo da granja, presença de parasitas e a utilização de antibióticos2. Isso quer dizer que os microorganismos patógenos, tais como Salmonella e Escherichia coli, por exemplo, crescem exponencialmente, ocupando o lugar do microbioma benéfico e provocando a doença no animal hospedeiro.
Várias alternativas estão à disposição dos produtores de aves e suínos para controlar as disbioses em seus lotes. Entre estas alternativas, podemos citar os ácidos orgânicos. Ricke3 descreve o mecanismo de ação dos ácidos orgânicos sobre a célula microbiana em quatro fases: dissociação, liberação de prótons, esgotamento energético e desbalanço osmótico. Como cada ácido orgânico possui um pKa específico, ou seja, o pH do meio no qual ele encontra-se 50% dissociado, é interessante que um acidificante possua em sua composição uma variedade de ácidos orgânicos para aumentar a faixa de atuação do produto sobre o trato gastrointestinal. Neste caso, a maioria dos acidificantes disponíveis no mercado tem em sua composição ácido fórmico, ácido propiônico, ácido acético, ácido lático e até mesmo alguns sais de ácidos orgânicos, que permitem ampliar ainda mais o leque do pKa conhecido.
O blend de ácidos orgânicos pode ser fornecido de duas maneiras aos animais: misturados à ração ou então adicionados na água de bebidas. Parece haver uma vantagem do uso do acidificante na água de bebida quando comparado à inclusão na ração, pois esta pode gerar um tamponamento, diminuindo assim a acidificação do trato gastrointestinal e consequentemente a efetividade do produto. Enquanto isso, no uso em água de bebida, trabalha-se com uma dosagem para acidificar a água (algo em torno de um pH 3,6-4,0) além de princípios ativos suficientes para permitir o controle entérico no ambiente intestinal.
Trabalhando com um blend de ácido fumárico e ácido cítrico, Muller4 verificou que a redução na contagem de Salmonella Heidelberg era maior com o blend administrado via água de bebida em frangos de corte até 31 dias de vida do que a administração via ração. Quando usaram ácido lático, fórmico, acético e fosfórico em mistura na água de bebida de frangos de corte, Viola e colaboradores5 verificaram que os ácidos orgânicos melhoraram o ganho de peso dos animais comparados ao tratamento sem o uso de antimicrobianos promotores de crescimento. Em suínos, Argüello e colaboradores6 obtiveram uma redução na prevalência de Salmonella na granja utilizando uma mistura de ácido fórmico, propiônico, acético e lático na água de bebida dos animais.
A Eurotec Nutrition possui uma linha de reguladores de acidez formulada especificamente para permitir a acidificação da água de bebida, promover a saúde intestinal e manter o controle entérico. Além disso, apresenta reguladores de acidez combinados com óleos essenciais e extratos vegetais, que modulam o metabolismo, reforçando ainda a saúde intestinal dos animais.
Quando o assunto é saúde intestinal e controle entérico via água de bebida, a Eurotec Nutrition vai além!
REFERÊNCIAS:
- Jandhyala SM, Talukdar R, Subramanyam C, Vuyyuru H, Sasikala M, Reddy DN. Role of the normal gut microbiota. World Journal of Gastroenterology, v.21, n.29, p. 8787-8803, 2015.
- Galland L, Barrie S. Intestinal dysbiosis and the causes of disease. www. https://www.ei-resource.org/articles/candida-and-gut-dysbiosis-articles/intestinal-dysbiosis-and-the-causes-of-disease/. Acessado em 18 de novembro de 2021.
- Ricke SC. Perspectives on the use of organic acids and short chain fatty acids as antimicrobials. Poultry Science, v. 82, p. 632–639, 2003.
- Muller D. Controle de Salmonella Heidelberg com utilização de blend de ácidos orgânicos em frangos de corte. Trabalho de Conclusão de Curso, UTFPR, Dois Vizinhos, PR, 2015. 31 p.
- Viola ES, Vieira SL, Torres CA, Freitas DM, Berres J. Desempenho de frangos de corte sob suplementação com ácidos lático, fórmico, acético e fosfórico no alimento ou na água. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, n.2, p.296-302, 2008.
- Argüello H, Carvajal A, Costillas S, Rubio P. Effect of the addition of organic acids in drinking water or feed during part of the finishing period on the prevalence of Salmonella in finishing pigs. Foodborne Pathogens and Disease, v.10, n.10, p. 842-849, 2013.